BOA SURPRESA!

Passei o final de ano em Itaperuna! Que cidade maravilhosa, muito quente, mas ainda assim maravilhosa. Cidade onde cresci, onde fiz minha faculdade, onde tenho amigos de infância. Mas, obviamente, agora com um olhar um pouco mais crítico, fico atento a todas as nuances referentes a negócios e empreendedores de Itaperuna, e tive ótimas surpresas.

Fui a lugares, geralmente para almoçar ou para jantar ou até lanchar com amigos, e reparei que algo tem mudado. Na maioria dos lugares que entrei fui muito bem atendido. Muita empresa abrindo, com uma gestão mais profissional do negócio, uma preocupação em dar o cliente mais do que uma prestação de serviço ou um produto, dar ao cliente uma experiência.

Conheci o Deck café, onde tive a oportunidade de tomar um café da tarde. Me falaram do lugar e obviamente fui conferir. No momento que entrei pude notar uma influência singular em termos de layout, me lembrou muito as padarias em bairros específicos aqui de São Paulo. Em Pinheiros por exemplo, existem umas bem iguais e em Vila Madalena também, é algo difícil de ver em pequenas cidades. No dia que fui, me parece que estava havendo um treinamento, creio que não esperavam o movimento repentino que acabou ocorrendo.

Pude notar a exposição, o atendimento. Tudo muito bom,  com ar de modernidade e profissionalismo que dificilmente encontramos em Itaperuna. Um lugar que pretendo voltar com certeza. O que deixou um pouco a desejar foi o espaço, que com poucas pessoas pareceu estar lotado. Obviamente que aumentar a estrutura depende de uma série de fatores que só o empreendedor que está no dia-a-dia pode realmente conhecer, quem sou eu pra falar, apesar de conhecer e estudar muito negócios, reconheço sempre a singularidade de cada um.

Enfim, o Deck foi uma boa surpresa em todos os aspectos. Aos poucos vou escrevendo sobre as boas surpresas que tive!

Um grande abraço para os empreendedores Itaperunenses!

ANO NOVO, NOVOS PROJETOS!

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Mais uma ano se inicia, e com ele a enorme lista de projetos que foram elencados. Mas porque é tão difícil tirar projetos do papel? A resposta parece simples, mas não é. A verdade é que procrastinar está em nosso cerne. Somos peritos em na frase “Segunda-feira eu começo!”. Falo por mim mesmo, sempre estudei e amo estudar empresas,estruturas empresariais, fico horas discutindo a melhor forma de gerir um negócio sem qualquer problema.

Alguns gostam de futebol, outros de política, eu gosto mesmo é de falar de negócios, projetos! Nada me encanta mais. Mas apesar de estudioso do tema, ainda(pra minha vergonha), não tive a oportunidade de ter minha empresa. Comecei ano passado a criar, criei até um logo(acho que aparece no blog.), comecei a esboçar umas ideias, mas não consegui dar seguimento devido ao Mestrado, esse é um projeto maravilhoso, mas que exige mais tempo do que imaginei.

Tirar ideias do papel dói, sejamos sinceros. Uma dor diferente, e que muitas vezes começamos a sentir no bolso, outras na própria imaginação. Não sei quanto a você leitor, se já é empresário ou almeja ser, mas quando você começa a fazer contas demais, e pensar nos problemas que podem vir a ocorrer, acaba desanimando. Isso sem falar que a ideia de ser funcionário é quase uma tatuagem indesejada, que por mais que você lave, pare de olhar, finja que não está ali, não adianta, está ali. A vontade de ter uma vida regida por um “patrão” é tentadora, ter alguém ditando regras, mas também ter horários, benefícios..etc..etc…

Fomos criados para ser empregados, e a ideia de ser dono é quase utópica. O meu mestrado foi um projeto sonhado a muito tempo, mas que agora estou tendo oportunidade de realizá-lo. Isso me anima bastante porque, se pude tirar ele do papel, minha empresa é questão de tempo. O recado então é o seguinte, não desanime!! Pode não ser hoje, pode não ser essa semana, mas seu projeto não pode morrer, você tem que continuar. Mas em algum momento você vai ter que dizer um basta, agora eu vou tentar. O primeiro passo é tenso em tudo na vida, mas com determinação e força de vontade conseguimos qualquer coisa!

Que venha 2016! Muito sucesso para os empreendedores Itaperunenses!!

Mais um ano se inicia!Feliz 2016!

Mais um ano se inicia, e como vi em muitos posts em redes sociais, inicia-se a contagem de 365 oportunidades que teremos de mudar nossas vidas! Isso é maravilhoso, esse ciclo que se inicia, muda tudo! É a nossa oportunidade de fazer diferente, de mudar.

Empreendedores de Itaperuna, mais um ano se inicia, e com ele inúmeras oportunidades! É hora de colocar na ponta do lápis o que deu certo, o que não deu certo e o que pode dar certo. Fazer planos, investir, cortar custos, estabelecer os controles que acabaram ficando para o próximo ano, e vai sendo procrastinado. Esse é o ano da mudança, é o ano de fazer diferente!

Eu desejo todo o sucesso do mundo para os empreendedores de Itaperuna, que esse seja um ano diferente de forma positiva! Que sejam feitos muitos negócios e que as empresas cresçam e se desenvolvam de forma sustentável!

Um forte abraço e Feliz e Próspero 2016!

CRESCER É DOLOROSO MAS PRECISO.

Em uma fase da vida, de extrema importância, a adolescência, alguns jovens reclamam que, no processo de crescimento em que hormônios estão aflorados, os ossos doem. Isso porque crescer(e isso não só fisicamente), é extremamente dolorido.

Um relatório do Sebrae(http://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/RJ/Anexos/Sebrae_INFREG_2014_Noroeste.pdf) traz informações importantes relativas aos negócios em Itaperuna, e região. Quero me prender, nesse momento a um gráfico específico:

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Esse quadro mostra o porte dos estabelecimentos por cidade e setor. Itaperuna, como se pode constatar(essa pesquisa é de 2012), tem em sua estrutura de negócios notadamente composta por Micro Empresas. E isso em todos os setores.

A questão fica no ar é, porque tantas Micro e poucas pequenas e médias? A resposta provavelmente vem de estudos que apontam que o Brasil ainda empreende muito pela necessidade, não pela oportunidade de fazer diferença. E o que significa isso? Aquele empregado de 10, 15 anos de casa(em cidades como Itaperuna isso é comum), quando saem do emprego por algum motivo, acabam investindo o dinheiro da rescisão em um negócio. Isso provavelmente(claro que devem existir inúmeros outros fatores), é parte relevante dos Micro Empresários da tabela acima.

Um aspecto que eu ainda pretendo avaliar(assim que sair outro relatório), será que esse número mudou? Será que boa parte dessas Micro viraram pequenas, e pequenas viraram médias? Isso não é fácil, e creio eu que o medo de arriscar, o receio de não saber se dá conta é que segura boa parte dessas empresas enquadradas como Micro. Você deve estar falando, escrever sobre isso é fácil, quero ver fazer.

Bom, claro que nada na vida é fácil. Cada passo tem que ser pensado, principalmente em um cenário desafiador, mas é impossível? Claro que não. Primeiramente, antes de crescer é preciso planejar, crescer sem planejamento é um tremendo tiro no pé. Mas se acomodar e ser Micro para sempre pode ser um caminho sem volta, que pode levar ao fracasso.

Pense por um instante, o que falta para eu crescer?

Gestão Financeira importa?

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Lendo um artigo da revista época negócios (http://epocanegocios.globo.com/Informacao/Resultados/noticia/2015/10/donos-do-spoleto-faliram-varias-vezes-mas-hoje-possuem-quase-600-lojas.html), me deparei com a seguinte frase dos donos do Spoleto, “O fato é que demoramos a entender a importância dos números”. Falando um pouco sobre a rede de franquias Spoleto(culinária italiana), poucos modelos de negócio que conheço funcionam de maneira tão azeitada.

Spoleto é uma rede de franquias que possuem hoje no Brasil cerca de 600 estabelecimentos. Trata-se de um negócio em que a estrutura é enxuta(geralmente 4 a 5 funcionários por franquia), em que o cliente escolhe uma massa, um molho e alguns acompanhamentos. O grande segredo da rede é que tudo praticamente está pronto, sendo que o cliente escolhe a massa(já pré cozida), o molho(que também está pronto e sempre aquecido),e tudo é misturado na frente do cliente que também pode escolher gratinar a sua massa pagando um pouco mais.

O atendimento demora em média de 3 a 5 minutos(não levando em consideração a espera quando há fila), e em alguns poucos minutos você está com sua massa quentinha, que ainda pode complementar com uma torrada, e alguns temperos(ambos gratuitos). Em uma cidade como São Paulo,por exemplo, em que o tempo geralmente é frio, uma massa sempre cai muito bem, logo a rede Spoleto está sempre com filas.

Operacionalmente falando, conheço poucas franquias que conseguem com tanta maestria, gerir um restaurante. Pensando em termos práticos, existem muitas coisas envolvidas, processos logísticos, estocagem de alimentos, treinamento de funcionários, inovação no cardápio sem perda de qualidade…enfim, muita coisa.

Mas apesar da excelência operacional(geralmente empreendedores focam bastante na operação já que participam diretamente em alguns casos), faltava gestão financeira. Gestão financeira é um grande problema, e em alguns artigos que ando lendo, fiquei impressionado de ver que, geralmente os donos dos negócios não dão a devida importância a gestão financeira do negócio.

Em uma tese de doutorado que li, de fato não existia correlação direta com gestão financeira e lucratividade das micro, pequenas e médias empresas. Porém, quando se cruza a informação de gestão financeira e porte da organização, a primeira colocada em um ranking de gestão, é a gestão financeira, o que implica em dizer que, para que uma pequena empresa cresça, é extremamente necessário que seus processos de gestão financeira melhore.

E como é difícil falar de gestão financeira com os empreendedores. Quando se conversa com alguns empresários em Itaperuna, ao perguntar sobre a gestão financeira de seu negócio, geralmente os donos ficam desconfortáveis, como se falar sobre seu processo de gestão fosse revelar seus números.  Na verdade, mesmo que fosse revelar números, não há qualquer problema nisso, já que, uma empresa de capital aberto é obrigada a divulgá-los.

Fato é que, alguns empreendedores não entendem, e de certa forma não fazem muita questão de aprender. É mais confortável em alguns casos colocar a culpa no governo, nas vendas que não aparecem, na concorrência desleal, na crise..etc..etc…

Empresários Itaperunenses, não subestimem o valor de uma boa gestão financeira. Os donos da franquia Spoleto quebraram  seis vezes(isso mesmo, seis), para entender que os números são parte importante de uma empresa bem sucedida. Não cometa esse mesmo erro! Se precisar entender mais de qualquer assunto envolvendo finanças corporativas, faça perguntas! Terei prazer em respondê-las.

Grande abraço!

ESTUDANDO PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

Estou fazendo um Mestrado, e minha área de pesquisa é Pequenas e Médias Empresas. Pretendo responder na minha dissertação a seguinte pergunta: Quais a relação entre lucratividade e melhores práticas de gestão financeira das Micro, Pequenas e Médias Empresas? É uma pergunta que devo responder, obviamente respeitando a questão científica da coisa, e provavelmente utilizarei questionários.

Hoje, segundo o Sebrae, a falta de conhecimento sobre as finanças do negócio são uma grande causa de mortalidade prematura de algumas empresas. E, como estou lendo muitos trabalhos sobre assunto, é assustador que, em alguns trabalhos, ao serem questionados sobre o que levou o negócio a ter problemas e fechar, o administrador do negócio dificilmente atrela o fracasso a gestão financeira. Geralmente a causa está ligada a falta de clientes, ou uma concorrência desleal que arruinou o mercado, uma nova tecnologia que inviabilizou o negócio, o governo e seus impostos…enfim, inúmeras causas.

Mas ao iniciar qualquer negócio, se você tem o mínimo de planejamento, pode prever que, realmente os impostos serão uma grande preocupação, antes de levantar as portas. Com uma planilha, é possível verificar quanto custa ter um funcionário, o risco de ele processar a empresa, o risco de ele adoecer. É possível também, verificar se, em um ano ruim, quanto seria o mínimo de volume de vendas que você deveria ter para continuar existindo.

Obviamente que, um empreendedor, começando seu negócio, tendo que se virar para entregar as encomendas, para atender a todos com a perfeição desejada, simplesmente fazendo tudo em sua empresa, desde limpando chão até fechando o caixa no final do dia, não irá ter tempo de controlar tudo que deveria. Por isso é interessante se preocupar o máximo com essa questão antes de começar a funcionar, colocar tudo em ordem, e assim abrir as portas. Porque, tendo tudo no lugar, fica mais fácil atualizar do que criar algum tipo de controle.

Eu observo, agora com mais frequência do que nunca devido ao alto índice de desemprego, que muitas pessoas querem e tentam empreender. Na maioria das vezes as pessoas tem talentos maravilhosos, tenho uma amiga que é especialista em doces. Ela faz de tudo, e com uma destreza e qualidade inestimáveis. Está super empolgada porque, ela fazia informalmente, para aniversários e algumas comemorações, agora quer ter o famoso CNPJ, e começar a virar empresa de fato. O problema é sempre o mesmo, vai ao mercado, compra os itens que precisa, faz os doces. Na hora de vender, estipula um valor, mas sempre fica a pergunta, será que esse valor é correto? Será que estou cobrindo todos os meus custos? Qual o preço que consigo vender bem e pagar tudo que preciso?

Essas perguntas seguem outras, como vou fazer quando em um mês eu vender muito, e no outro não vender muito bem? Como vou pagar meus custos fixos? Enfim, depois de ter um produto bom e um mercado, não há como fugir de questões financeiras. Preciso crescer, tenho uma clientela, como consigo crédito? Qual crédito é mais interessante financeiramente falando?

Muitas questões, pouco tempo para respondê-las, e um tempo ainda menor para implementá-las. Mas é isso que me encanta, espero poder estudar muito sobre essas empresas que são o motor do Brasil, e auxiliá-las ao máximo a vencer as adversidades naturais do ambiente de negócio, certamente mais desafiador.

Grande abraço!

NÃO FAZER PODE SER MUITO MAIS CARO DO QUE FAZER

Philip Kotler, professor universitário e referência mundial no que tange ao estudo do Marketing, uma vez afirmou: “Dá-se muita atenção ao custo de se realizar algo. E nenhuma ao custo de não realizá-lo.”

Essa frase é de uma sabedoria incrível, e vivemos na “pele” todo dia, a sensação de ter que despender de algum recurso para realizar algo, e acabarmos abandonando a realização por julgar o custo alto demais.  Recentemente tivemos uma notícia que mudou o rumo dos negócios em Itaperuna e Região, a Faculdade Redentor anunciou a abertura de um curso de Medicina. Claro isso, obviamente teve um custo grande, e não me refiro somente a questão monetária, há um custo relativo ao esforço para superar todas as burocracias advindas de tal movimento, há um custo grande relativo as pessoas que estão envolvidas no processo, cansaço físico, mental..etc..etc…

Porém, como Kotler afirmou, o custo da instituição não se arriscar, não dar essa passo importante para continuar uma história de sucesso e consequentemente movimentar a economia local, é incomensurável. A economia é como as ondas que se propagam quando uma gota atinge a superfície da água, basta uma pequena perturbação para que tudo ao entorno seja atingido, e nesse caso não foi diferente. A gota d’água foi a chegada do curso de medicina, e as empresas da cidade já sentiram uma diferença em seus negócios. Lojas de eletrodomésticos, comércios de cama, mesa e banho,restaurantes e imobiliárias são algumas atingidas diretamente pela demanda criada pelos novos alunos da instituição. É claro, esses alunos só estão no início de uma longa jornada, mas no final de seus cursos, provavelmente irão procurar empresas especializadas em realização de festas, e essas empresas provocam um grande impacto em inúmeros negócios indiretamente, como fotografias, filmagens, buffets, shows, empresas de segurança..etc..etc…

Há um novo combustível nas empresas da região, o resgate dos planos e projetos já sinalizam que, se há um período ruim para atravessar, atitudes assim como a da Faculdade Redentor ajudam muito na caminhada. Devemos seguir o exemplo desta instituição, não olhemos somente o custo de realizar algo, vamos colocar na balança também o custo de não realizar, a Faculdade Redentor inovou, e contrariando expectativas de um ano difícil economicamente, deu um grande salto. Que os empresários da região se sintam energizados, a caminhada é árdua, mas com iniciativas assim, certamente será mais fácil cruzar esse período turbulento.

Grande abraço.

O CALCANHAR DE AQUILES.

Conta nos a mitologia grega que Aquiles, um dos mais famosos heróis gregos, foi banhado pela mãe no rio Estiges(rio que dava 7 voltas no inferno), e com isso seu filho havia ficado invulnerável. No entanto, para mergulhá-lo nas águas do rio, sua mãe o segurou pelo calcanhar, o que resultou no seu único ponto fraco, o único ponto não banhado pelo rio.

Desde então, ao encontrar um ponto fraco, as pessoas falam: “Fulano possui um calcanhar de Aquiles”. Trazendo isso para o meio em que me arrisco a escrever, práticas de gestão de Micro, Pequenas e Médias empresas, mais especificamente em Itaperuna, se eu pudesse apontar um Calcanhar de Aquiles, seria o atendimento ao cliente.

É certo que, gestão econômico financeira em empresas de menor porte em Itaperuna também são um problema, porém, preciso levantar isso de forma científica para poder compartilhar(pretendo escrever um artigo científico sobre…), mas o foco nesse artigo é o atendimento ao cliente.

Posso falar desse aspecto de maneira bem imparcial porque, não moro em Itaperuna a bastante tempo, porém a visito com certa frequência, o que me permite uma análise sem vícios, puramente baseada em fatos.

E, fato é que, Itaperuna ainda está bem longe de dar um tratamento ao cliente da forma que deve acontecer. Ainda ficamos alguns minutos esperando até que uma alma caridosa, se apresente para nos tirar dúvidas sobre um determinado produto,  ou prestar um serviço. Infelizmente ainda temos a sensação, em alguns casos, de que estão nos fazendo um favor enorme em nos atender, e que, nós(clientes) somos aqueles que separam o dia “tranquilo” do colaborador da empresa, e o dia “atribulado”.

Ainda a repeito da tese de doutorado do Dr. Alexssandro Augusto pereira Correa de Mello(Contribuições à gestão de micro, pequenas e médias empresas(MPMEs): um estudo sobre a adoção de práticas administrativas e sua relação com o porte e com a lucratividade / Alexssandro Augusto pereira Correa de Mello. – São Paulo, 2015.), podemos analisar o seguinte quadro levantado a partir de 197 Micro, Pequenas e Médias Empresas no Brasil, sobre diferencial competitivo:

Dif_Competitivo

Foram levantados esses dados baseados na seguinte questão: “Escolha apenas uma alternativa. Sendo aquela que melhor representa o que você mais se esforça para oferecer como diferencial em seu negócio”.

As respostas estão expostas no quadro, 49,7% dos Micro, Pequenos e Médios Empresários responderam Qualidade, seguidos por Customização(Adaptação do serviço ou produto ao gosto do cliente). Ou seja, com esse quadro é possível vislumbrar que, as empresas estão preocupadas em dar qualidade(ao serviço ou produto), e customizá-lo ao modelo que o cliente deseja.

Esse senso de qualidade e customização precisa circular no sangue das empresas em Itaperuna. O cliente é o mais importante, entendê-lo, resolver seus problemas e suprir seus anseios é a chave para uma empresa bem sucedida. É preciso melhorar o atendimento, é preciso inovar. Frequentemente, conversando com amigos, eles comentam sobre uma pequena empresa que os atendeu muito bem em Itaperuna, que o serviço e o produto oferecido foi de extrema qualidade. Comentam como se isso fosse diferencial, e de fato não é! Apesar de parecer, qualidade é obrigação, proporcionar uma experiência agradável de compra é obrigação.

Claro que, nem todas as empresas de Itaperuna agem dessa forma, algumas tratam com enorme profissionalismo e, nos sentimos acolhidos. Tais lugares são aqueles que, quando estamos com fome a noite, ou quando precisamos de um serviço ou material para nossa casa, ou um produto ou serviço qualquer, é o primeiro que vem à mente.

Temos que mudar isso. Almejo ver a cidade de Itaperuna referência de qualidade, atendimento qualificado e profissional. Estamos no caminho certo, mudanças vem com educação e estamos com muitos cursos e instituições qualificadas. Vamos em frente, a crise é um quebra-molas, logo a frente ela irá desaparecer, e que lições iremos retirar dela?

Grande Abraço!

EMPREENDENDO EM TEMPOS DIFÍCEIS!

Recentemente, um empreendedor  amigo meu passou seu negócio, acreditava que conseguiria viver sem trabalhar e decidiu se desfazer do negócio. O problema é que, ele não conseguiu e disse que está ansioso, precisa fazer algo e me perguntou, está no momento certo de empreender? Falam em momentos difíceis, mais ainda consigo abrir algo e dar certo?

Essa é uma pergunta difícil. Depende de muitas coisas mas a resposta mais provável é sim e explico porque. Em tempos de crise, surgem boas oportunidades e principalmente eliminam as empresas que não possuem uma gestão profissional. Com isso, as empresas que fazem o “dever de casa”, se destacam, constroem uma boa carteira de clientes e, é claro, se estruturam melhor já que passaram por um momento mais crítico.

A grande questão que deve ser respondida ao se empreender nesses momentos em que o país está passando por problemas é, o quanto você conhece seu negócio e, quanto tempo você pretende investir no planejamento da sua empresa. Essas perguntas são essenciais. Planejar seu negócio de maneira minimamente aceitável exige calma e um bom business plan. Obviamente, gosto de me pautar em dados e não em achismos, logo vejamos o gráfico abaixo:

Gestap_PME

Esse quadro foi extraído da tese de doutorado do Dr. Alexssandro Augusto Pereira Correa de Mello. Uma tese magnífica que me atrai em todos os aspectos, seja pelo tema(Gestão de Micro, Pequenas e Médias Empresas), seja pela qualidade metodológica da pesquisa, ou pela facilidade de expor dados de maneira tão funcional e didática dignas de uma tese desse nível. A tabela tem como fonte o SEBRAE-SP, em 2010, mas creio eu se encaixar perfeitamente nos requisitos PME de Itaperuna.

O quadro faz um comparativo de empresas que se encerraram e empresas que estão em atividades. Repare que o planejamento de empresas em atividade é o dobro das empresas que já foram encerradas. Isso implica que, planejar o negócio é essencial para sua sobrevivência. Logo, é possível sim abrir um negócio e obter sucesso, mesmo em tempos turbulentos como o que a economia do Brasil tem atravessado, desde que se invista tempo em planejamento e se preocupe em ter uma gestão profissional antes e depois de abrir o negócio.

CONHECENDO SEU PRÓPRIO NEGÓCIO!

Quando uma empresa cresce de maneira acelerada, frequentemente o gestor ou o dono do negócio, que antes ficava na linha de frente, agora tende a se afastar para cuidar da questão mais estratégica e administrativa do negócio, deixando um pouco o lado operacional. Estou assistindo um programa que se chama “Undercover Boss” ou “Chefe espião”, no youtube. Trata-se de um programa, em que o presidente da empresa, se disfarça e arruma emprego na própria empresa ficando em algum setor da operação do negócio.

É de uma riqueza sem tamanho essa experiência. Alguns presidentes de Fast-food jamais montaram um lanche, não sabem quanto tempo leva para montar, quais os ingredientes principais, como é a logística de entrega das mercadorias, como é armazenado, como é o atendimento ao cliente no front, enfim, não sabem nada sobre o operacional da empresa. Ficar na parte administrativa do negócio é de extrema importância, mas infelizmente nos distancia do dia-a-dia da empresa, não há pior maneira de gerir.

Em todos os programas que assisti, em TODOS, os presidentes e gestores aprenderam algo com os funcionários. Já escrevi antes sobre isso, mas vale insistir, escute seus funcionários, eles conhecem seu negócio e tem uma visão diferente do mesmo, uma visão que pode ser a saída para uma gestão bem sucedida.

Alguns líderes simplesmente perceberam que, o que era estabelecido pelo gestor, devido ao grande número de lojas e franquias, não chegava a ser praticado. Um exemplo era um presidente que estabeleceu que, produtos que não eram vendidos, ao invés de serem jogados fora, eram avaliados e levados para orfanatos e asilos para doação. O problema é que, isso não estava acontecendo, a pergunta é, isso é comum nos negócios? Falta de comunicação? Mais do que se pode imaginar, mas os presidentes e gestores simplesmente não sabiam que isso acontecia.

Outro ponto é com relação ao tratamento com o cliente, os gestores disfarçados, poderiam averiguar como o cliente era tratado. Alguns ficaram surpresos do quão bem eram tratados, outros quase estragaram o disfarce por não aceitar que o funcionário tratava tão mau um cliente.

O que aprendi é que, é muito fácil, quando se está na correria do dia-a-dia, de contas a pagar, a receber, de fluxo de caixa..etc..etc..se afastar do próprio negócio, onde acontecem o principal, onde nasce o processo que mantem a empresa, a se perde a oportunidade de ouvir quem esta ali, os funcionários, aprender com eles ou corrigir algum rumo que realmente precise.

Em Itaperuna, terra onde negócios passam de geração em geração, geralmente o dono do negócio está entre os funcionários, participando do dia-a-dia. Mas existem uns que, como possuem vários negócios, fica impossibilitado de fazê-lo, então eis uma oportunidade de aprender mais sobre o próprio negócio.