MERCADO IMOBILIÁRIO EM ITAPERUNA, É HORA DE COMPRAR?

O mercado imobiliário de Itaperuna cresceu de maneira espantosa nos últimos anos, nunca se vislumbrou tantas obras e tantos investimentos. O problema é que, quando uma determinada empresa cresce demais em seu seguimento, geralmente existem explicações que suportam tal façanha, pode ser um modelo de gestão mais eficiente, ou então uma relação melhor com fornecedores que favorecem na compra e consequentemente no preço final ao consumidor, pode ser o patrimônio em poder da empresa que se bem aproveitado pode gerar um grande diferencial, uma ótima gestão de estoques…enfim, sempre existe algo por trás. O mesmo não acontece com tal expansão do mercado imobiliário de Itaperuna.

Como explicar o crescimento? Analisando outras cidades que tiveram tal elevação no que tange a mercado imobiliario, notamos que geralmente se percebe algumas dessas(ou mais de uma) razões:

– Uma grande empresa se instala na cidade

Se uma grande companhia se instala na cidade, é quase que automático o surgimento de hotéis, mercados, comércios…Vimos(e continuamos a ver), cidades apagadas do interior se destacarem por receberem grandes montadoras, empresas exploradoras de petróleo, fábricas das mais diversas,enfim, grandes empresas acabam levando ao crescimento do valor venal de imóveis já que acarreta na melhora de infra-estrutura como todo, o que nos leva ao segundo ponto.

– Uma grande melhora na infra-estrutura da cidade

Cidades que se preocupam com mobilidade urbana, que oferecem fácil acesso,segurança pública e se preocupam com tecnologia(antenas, redes de fibra ótica), acabam atraindo investidores e, quase que naturalmente, trazem grandes empresas(primeiro ponto). A consequência é mais uma vez a valorização dos imóveis já que, o valor agregado ao imóvel cresce de maneira significante.

– Renda percapita da população elevada

Supondo que mais pessoas possam pagar por preços mais elevados, é natural que o valor dos imóveis cresçam. Porém, tal premissa já foi colocada em posts anteriores, e não se constata um crescimento de renda que acompanhe o valor venal dos imóveis.

Nenhum desses pontos aconteceram nos últimos anos em Itaperuna que justificasse o aumento dos imóveis, e quando um mercado cresce sem sustentação(sem razão aparente), é bem provável que volte ao patamar inicial. Vejamos então, o que vem ocorrendo com o mercado de Itaperuna.

Arrecadacao_ITBI_ANO

Fonte:Prefeitura Itaperuna

Essa é a arrecadação do ITBI(Imposto Sobre Transmissão de Bens Imóveis) nos últimos anos. Esse imposto é recolhido sempre quando há transmissão de Bens Imóveis, ou seja, compra e venda de imóveis. Obviamente não é um indicador tão eficiente para provar a hipótese em questão, mas servirá para uma avaliação mais simplória. Como pode ser visto, os valores de ITBI tem se mantido, mas houve um crescimento relevante de 2012 para 2013 e praticamente ficou estável de 2013 para 2014.

Arrecadacao_ITBI_Trimestre

Variação de preços:

Variação_ITBI

Avaliando o Trimestre(2011 a 2015), vemos que 2015 é o pior período depois de 2012, teve uma queda de 63% em relação a 2014. Obviamente estamos avaliando o primeiro Trimestre do ano, comparando com outros, mas tudo pode acontecer, 2013 superou 2014 em arrecadação, mas o primeiro trimestre, como podemos visualizar no gráfico, estava bem abaixo de 2014.

O que quero provar é que, o mercado está arrefecendo, isso se deve ao fato de não haver causa que sustente de forma coerente tal crescimento no valor dos imóveis. Então, meu conselho seria esperar, haverão bons negócios, e quem tiver dinheiro em caixa, provavelmente conseguirá melhores preços.

 

FINANÇAS PESSOAIS, UM TERRENO COMPLEXO.

Certa vez, conversando com um amigo, ele disse que ganha um salário, que para valores de mercado, estava bem acima. O problema é que esse dinheiro, segundo seu relato, “desaparecia”. Esse tipo de conversa me interessa, gosto do tema de finanças pessoais quase como o de finanças corporativas. Ao questioná-lo, pergunto como ele enxerga a dualidade receita e despesas, e equaciono da maneira mais simplória possível: Receita – Despesas = lucro ou prejuízo. Se você gasta mais do que recebe, você está com sérios problemas. Se você Recebe mais do que gasta, mas não poupa, também está com problemas, e é aqui que existe o perigo. Muitas pessoas esquecem que o valor do dinheiro no tempo se modifica, seu poder de compra vai sendo corroído pela inflação, e os R$ 100,00 de hoje podem não valer os mesmo R$ 100,00 daqui a algum tempo. Fazendo uma analogia com as regras de trânsito, gastar mais do que receber é uma infração gravíssima e receber mais do que gastar, e não poupar, uma infração grave. Temos uma cultura de que, se a parcela cabe no bolso, então “dá pra levar”. O problema é que, custo fixo destrói qualquer finança, seja corporativa ou seja pessoal. Você criar vários custos fixos mensais (luz,aluguel,água,condomínio,cursos,TV, Internet, telefone móvel…), corrói sua receita e te deixa escravo de uma vida financeira no limite, ou seja, qualquer ocorrência fora do previsto, te joga automaticamente em uma dívida.

E ninguém gosta de viver no limite, sempre queremos ter uma sobra para entretenimento, para comprar algo interessante, para fazer aquele programa legal no final de semana, isso é natural e saudável, mas não adianta ignorar a vida financeira e achar que as coisas vão se encaixar, para ser bem honesto, não vão. O ideal para alguém que está em uma situação complicada de dívida, e quer resolver o problema de alguma forma, comece por conciliar a conta de cartão de crédito e a conta corrente no banco. Constantemente recebo feedback de pessoas que fizeram isso com mais calma e em seguida me falam: “existiam taxas que eu desconhecia..”, “existiam débitos indevidos…”, enfim, os relatos são muitos mas sempre com essa característica, de que as pessoas simplesmente não olhavam atentamente para o que acontecia com suas finanças. O ideal é ter uma planilha e controlar suas finanças, conciliar e classificar os dados bancários com(gastos com moradia, gastos com entretenimento, taxas bancárias, gastos extras…), e criar uma categoria de custos fixos(aqueles que você não tem muito poder de controlar, como aluguel, condomínio, IPVA…) e uma categoria de custos variáveis(aqueles que você tem como influenciar, como luz, água, entretenimento, alimentação…).

Esses são pequenos passos, mas essenciais para se começar uma análise da própria vida financeira. Não há como correr dessa dualidade(receita e despesa), o equilíbrio saudável entre elas é essencial para uma vida mais tranquila. Então, mãos a obra, comece hoje a mudar sua realidade financeira. Se precisar de ajuda, conte comigo.

Grande abraço.